domingo, 12 de junho de 2011

Dia 102: Sopa de Cogumelos com Mostarda

Sempre que como cogumelos, fico imaginando como foi que nossos ancestrais conseguiram identificar os que fazem bem dos que matam. É a história da alimentação, da domesticação das plantas, fungos... Ainda bem que alguém já percorreu este caminho, e agora só nos cabe saborear.

Há não tantos anos assim, era dificílimo conseguir no Rio de Janeiro - imagino que no Brasil inteiro também - cogumelos de qualquer espécie que não fossem em conserva! Depois, veio uma onda de cultivo... até eu mesma comecei a entender um pouquinho de mycellium, dos tipos diferentes de cogumelos, dos champignons, shimejis, shiitakes, Portobelos e tantos outros...

Mas, mesmo sem saber ligar o nome ao dito-cujo, dá para perceber as diferenças de sabor e textura na boca e na ponta da faca, dá pra criar mil receitas, de tira-gostos, entradas e molhos a sopas... Já tem algumas nesta coleção!

A sopa de hoje vem da França e é de cogumelos com mostarda.
Para acompanhar, um vinho tinto (ou um branco seco).
Bon apétit!


Receita de Sopa de Cogumelos e Mostarda
Ingredientes:
  • 450 gramas de cogumelos (pode ser de Paris ou Portobelo)
  • 1 colher (de sopa) de azeite de oliva
  • 1 cebola média
  • 1 dente de alho
  • 800 ml de caldo de galinha
  • 100 ml de creme de leite fresco
  • 1 colher (de sopa) de mostarda forte
  • 2 ramos de salsa picados
  • uma pitada de sal
  • pimenta moída na hora
Modo de fazer:
  • Separe um cogumelo grande para a decoração
  • Pique os cogumelos, o alho e a cebola.
  • Aqueça o azeite numa panela funda, refogue a cebola e o alho em fogo branco, até alourar.
  • JUnte os cogumelos e misture bem.
  • Tampe a panela, abaixe a chama e deixe cozinhar por cerca de 5 minutos.
  • Junte o caldo de galinha.
  • Torne a tampar a panela e deixe cozinhar por cerca de 20 minutos.
  • Deixe esfriar um pouco, bata no liquidificador ou num mixer de mão.
  • Aqueça novamente na panela, em fogo baixo.
  • Misture o creme de leite e a mostarda e acrescente à sopa , mexendo bem.
  • Acrescente sal e pimenta, prove, corrija o tempero.
  • Leve à mesa com uma tijelinha de salsa picada e outra com o cogumelo fatiado.
  • Quando servir, complemente cada prato com um pouco de salsa e uma fatia de cogumelo.
Dica 1: Use sempre creme de leite fresco: o de caixi ha ou lata pode talhar na hora de misturar com a sopa.
Dica 2: Eu utilizei mostarda de Dijon, que é bem forte. Há marcas nacionais que fazem mostarda tipo Dijon muito boas, como a Hemmer.
Dica 3: Se a sopa ficar muito rala, misture um pouco dela numa xícara com meia colher de chá de Maisena (amido de milho); se ficar muito grossa, afine com caldo de galinha ou mesmo com água quente, mexendo bem.
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terça-feira, 13 de julho de 2010

Dia 101: Sopa de Dois Chocolates

Ser chocólatra vem com o DNA da pessoa, isso eu tenho certeza!

Toda a minha família sempre foi "fissurada" por chocolate. Meu tio Paul Sabbagh, quando vinha de viagem, na longínqua década de 60, trazia barras enormes de chocolate Cadbury, inéditas aqui no Brasil.

Isso passou para a terceira geração: no aniversário de um ano de minha filha mais velha, Manoela Penna, ela ganhou de uma amiga minha, Valéria Varsano, uma história em quadrinhos (que encomendou a um quadrinhista) em que a pequena aniversariante era a personagem principal... e o objeto de desejo eram... chocolates! Também meu filho Caetano Penna sempre foi fã dos suíços Lindt (o site deles vale a visita: é um show!), comprados no Duty Free por qualquer amigo ou parente viajante, até que agora se encontram em qualquer canto.

Passam-se os anos, casei com Jorge Aldrovandi que é... chocólatra (ele nega)! Adora chocolate branco bem doce. Eu e minha caçulinha... Elisa Christophe... adoramos chocolate meio-amargo e até bem amargo!

O problema é que na falta de chocolate branco na despensa... vale tudo, imaginem!

Assim é que qualquer receita de chocolate atrai nossa atenção.

Procurando uma sopa doce de sobremesa para a festa da Sopa de Pedras, entre as muitas dezenas que encontrei, escolhi... uma sopa de chocolate. Mas não qualquer uma, uma sopa estrelada, de autoria do aclamado chef francês Cyril Lignac. Ele serviu de inspiração e eu a adaptei ao nosso gosto e ingredientes.

Encontrei-a no no excelente blog Le Cahier Gourmand de Sophie.
Claro que fiz minha adaptação: utilizei sorvete de chocolate branco, Galak, da Nestlé.

Uma delícia, facílima de fazer, encanta adultos e crianças.

É uma típica sopa "de casamento" (se eu a conhecesse há 21 meses, certamente a teria servido em nosso casamento, junto com a Sopa Maritata) pois une dois contrários: os sabores quente-frio do chocolate e do sorvete.

Sem dúvida ela faz "bonito e gostoso" no dia a dia e como sopa de festa.

Receita de Sopa de Dois Chocolates
(sobremesa vapt-vupt)

Ingredientes (para 10 pessoas):
  • 500 g de creme de leite culinário fresco
  • 3 colheres (de sopa) de açúcar
  • 100 g de creme de leite
  • 150 g de chocolate meio amargo
  • 10 bolas de sorvete de chocolate branco
  • 1 pacotinho de granulado de chocolate preto e branco
Modo de fazer:
  • Prepare o creme chantilly, batendo o creme de leite bem gelado na velocidade rápida da batedeira, com algumas (poucas) colheres de açúcar. Reserve (pode ser preparado antecipadamente e colocado na geladeira).
  • Derreta o chocolate picado misturado ao restante do creme de leite (100ml) em banho-maria, mexendo sempre (pode ser preparado antecipadamente, e esquentado na hora de servir).
  • Na hora de servir a sobremesa, aqueça bem o creme de chocolate, levando à fervura a água do banho maria e mexendo sempre o creme de chocolate.
  • Apague a chama e verta o chocolate sobre o chantilly, misturando delicadamente com uma colher de pau limpa.
  • Coloque uma bola de sorvete em um copo ou caneca de vidro, cubra com a sopa.
  • Salpique com granulado e sirva imediatamente.
Dica 1: se não encontrar sorvete de chocolate branco, substitua por sorvete de creme ou baunilha.

Dica 2: se a sopa ficar muito espessa, afine com leite (aos poucos), na panela do banho-maria, depois de tudo derretido.
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domingo, 11 de julho de 2010

Dia 100: Sopa de Pedras

E chegamos à centésima sopa deste nosso blog!

Centésima sopa preparada com nossas mãos e energia, centésima sopa saboreada, centésimo encontro, centésimo pretexto para compartilhar bons momentos.

Ficamos pensando como marcar este dia. Decidimos que queríamos celebrá-lo com amigos. E eu com meu pendor de contar histórias... (acho que isso veio no sangue, do lado de meu pai, Joseph Dimitri Christophe, que era um ótimo contador de histórias, sentava à beira da minha cama toda noite e contava uma história inventada... e aí era um drama porque meu irmão Jean-Claude Christophe queria a história do mesmo jeito todo dia). Bem, eu comentava... este viés pela história me fez lembar dos ritos de abundância e fecundidade dos povos primitivos. Queria celebrar a abundância que todos os dias provê nosso alimento à mesa. Também queria que fosse alguma coisa bem lúdica e alegre.

Daí lembrei de uma lenda que tinha lido numa dessas vezes em que estava pesquisando tradições culinárias pelo mundo: a sopa de pedras portuguesa. Pesquisando um pouco mais, descobri que a França e a Inglaterra também têm sua sopa de pedra (stone soup / soupe aux pierres). E é claro que a tradição atravessou o Atlântico com a sopa de pedra brasileira, do malandro Pedro Malasartes, eternizado no conto de Ana Maria Machado.

Perfeita a história, perfeita a brincadeira para unir amigos.

Convidamos alguns dentre tantos queridos, porque estes seguem de perto nossos passos e repetem as sopas, ou nos servem de cobaias!

E pela primeira vez, vamos abrir exceção e publicar neste espaço foto de gente, preparando a sopa. Que esta é a graça, preparar juntos, com ingredientes trazidos pela própria pessoa.

Vamos então à aventura:

Primeiro, vamos ler e ouvir o depoimento de Jorge Aldrovandi, meu marido e companheiro de experiências, não só neste blog:

"Que yo recuerde, la primera vez que leí una historia en relación a la sopa de piedra fue en uno de los libros de aprendizaje de lectura de la escuela pública en Uruguay, cuando yo tenía unos 10 años.

Siempre me pareció una historia con una moraleja por atrás, pero no estaba claro para mi, si era una reflexión acerca de la "viveza criolla" o un himno sensorial al potencial de la cooperación humana.

Durante la sopa de piedra que hicimos aquí en casa, donde conseguimos colectivamente un resultado sorprendente que comenzó en un "casi nada", esta sopa "open source" , ou melhor, "crowd source" parece ser una buena manera de demostrarnos a nosotros mismos que el camino puede ser tan interesante como el resultado y este puede ser una incógnita absolutamente disfrutable de crear, des-cubrir y des-tapar. Buen provecho!"

No passeio pelas culturas que comentei, encontrei a lenda da sopa de pedras, associada sempre à fome em certas épocas de guerra ou catástrofes, e à esperteza de quem tenta driblar a negativa dos habitantes em compartilhar o alimento com um forasteiro.

Em inglês a história começa assim: "Once upon a time, there was a great famine upon the land. Three soldiers, hungry and weary of battle, came upon a small and impoverished village".
Na Bretanha, França, o viajante da lenda tem até nome: Charlie. "Un homme qui s'appelait Charlie, était un voyageur agricole qui parcourait la France à la recherche de travail. Il avait faim . Il croisa un homme , un vagabond sur son chemin".

Mas a tradição dessa sopa de pedras e da que me inspirou vem de Portugal, da região do Ribatejo, e tem até uma capital da sopa de pedras que é a bela cidade de Almeirim.
Lá, contam os portugueses que...

"Um frade pobre, que andava em peregrinação, chegou a uma casa e, orgulhoso demais para simplesmente pedir comida, pediu aos donos da casa que lhe emprestassem uma panela para ele preparar uma sopa – de pedra... E tirou do seu bornal uma bela pedra lisa e bem lavada. Os donos da casa ficaram curiosos e, de imediato, deixaram entrar o frade para a cozinha e deram-lhe a panela. O frade colocou a panela ao lume só com a pedra, mas logo disse que era preciso temperar a sopa... A dona da casa deu-lhe o sal, mas ele sugeriu que era melhor se fosse um bocado de chouriço ou toucinho. E lá foi o unto para junto da pedra. Então, o frade perguntou se não tinham qualquer coisa para engrossar a sopa , como batatas ou feijão que tivessem restado da refeição anterior... Assim se engrossou a sopa “de pedra”. Juntaram-se cenouras, mais a carne que estava junta com o feijão e, evidentemente, resultou numa excelente sopa.
Comeram juntos a sopa e, no final, o frade retirou cuidadosamente a pedra da panela, lavou-a e voltou a guardá-la no seu bornal... para a sopa seguinte!"

A preparação:

Pedimos a cada casal que trouxesse um legume, uma verdura, uma carne (podia ser chouriço, paio, linguiça, costelinha, o que fosse), uma massinha ou cereal. Uma coisa só.

Eu comprei algumas pedras roladas pequenas, no Mundo Verde, porque queria presentear os amigos, para que levassem de volta uma pedra para a próxima sopa. E utilizei no fundo da panela pedras de minha coleção (sim, coleciono pedras dos lugares que amo, sempre que as encontro soltas e que me atraem). Escolhi as pedras da sopa pelas cores, por sua energia especial (verde para a cura, rosa para o amor, amarelo para a emoção, violeta para a transmutação, e assim por diante).

Também providenciamos alguns ingredientes básicos, caso ninguém os trouxessem: cebola, alho, alho porró, e um chouriço português, autêntico, que comprei no pequeno supermercado em que se transformou a Panificação União, aqui perto, no Humaitá. Pães variados, como o português sacadura, as baguetes e o pão rústico italiano aguardavam à mesa.

Os amigos trouxeram vinhos tintos que se somaram aos nossos para a festa.

Mas além dos ingredientes, vinhos, m]ão de obra, os amigos trouxeram seus conhecimentos e experiências e muita alegria. Várias dicas desta sopa são de autoria de Márcio Goldzweig, por exemplo, o feijão socado com alho para engrossar, o farelo de pão, ferver as linguiças para desengordurar... Daí o que Jorge gosta de chamar de crowd source, o conhecimento do coletivo.

Avisamos a todos que crianças são bem-vindas, como sempre foram em nossa casa. Claudio e Patrícia Chalom trouxeram a Bruna, que ajudou com seus dedinhos delicados a desfolhar o frágil aneto (também chamado de endro ou dill). Depois, ficou mexendo o chocolate para a sopa de sobremesa e por fim repartiu as pedras!

Cozinhando com amigos:

A dona da casa deve atuar neste dia como um maestro de uma orquestra, para não desandar a festa. Pode e deve recrutar quem tem algum talento para a cozinha ou quem tem disposição de verdade para auxiliar nos preparativos que são muitos. Como todos chegam praticamente juntos, precisa ter espaço reservado para lavar, picar e reservar os ingredientes. Se algum faltar, entram os coringas da casa. Se algum definitivamente não combinar com nada, precisa saber estrategicamente fazê-lo desaparecer de circulação ou colocar o mínimo para não entristecer quem o trouxe. E quem só agita, pode ser convidado a relaxar e aproveitar a festa na sala, cuidar das bebidas ou simplesmente conversar! É muito divertido!

Esperamos que nossa experiência sirva de inspiração para quem se animar a criar sua própria sopa de pedras. Nenhuma sairá igual à outra, e todas serão deliciosas e responsáveis por momentos inesquecíveis entre amigos e família.

Receita de Sopa de Pedras
(assim saiu a nossa)

Ingredientes (para 12 pessoas):
  • pedras de tamanhos, cores e formatos variados
  • 2 cebolas grandes
  • 6 dentes de alho
  • 1 alho porró
  • 4 batatas-baroas
  • 1/2 nabo japonês
  • 4 tomates maduros
  • uma bandeja de cogumelos shitake cortados em tirinhas
  • 2 cenouras
  • 1 pedaço de gengibre
  • 2 talos de aipo
  • 1 maço de couve
  • 100 g de feijão manteiga
  • 1 chouriço
  • 1 linguiça calabresa
  • uma xícara de chá de massinha de letrinhas (se houver crianças entre os comensais).
  • dois ramos de salsa
  • sal
  • harissa (molho de pimenta marroquino, mas a nossa malagueta é ótima)
  • água que baste
  • alguns ramos de aneto
  • queijo pecorino ou grana padano (ou algum queijo parmeson de boa qualidade), ralado no ralo grosso.
Modo de fazer:
  • Limpe as pedras com detergente e água corrente, utilizando uma escovinha. Enxágue muito bem e reserve.
  • Cozinhe o feijão à parte em água e pouco sal e reserve.
  • Corte a linguiça e o chouriço e coloque numa panela com água para ferver e tirar o excesso de sal e gordura. Atenção que o melhor é não deixar abrir completamente a fervura, jogar a primeira água fora, acrescentar água limpa e reperir o processo enquanto se prepara o resto.
  • Escolha uma panela bem grande e coloque as pedras no fundo, cobertas de água, com fogo baixo para que quando os convidados chegarem ela esteja fervendo.
  • Mantenha uma chaleira com água fervente para acrescentar à panela de sopa, na medida do necessário.
  • Prepare todos os ingredientes à medida que forem chegando: lave tudo, pique as cebolas e o alho, os talos de aipo e o alho porró, os tomates, as batatas baroas, as cenouras. Tire o talo das couves, faça charutinhos e corte fino como para couve à mineira. Lave a salsa e o aneto e desfolhe-os.
  • Vá colocando os ingredientes mais duros primeiro, depois os legumes, as carnes e por último as folhas e a salsa. Deixe o aneto em uma tigelinha à parte para servir à mesa.
  • Soque o feijão com o alho picado e um pouco de sal, o que dará uma ótima textura à sopa.
  • Os ingredientes devem estar sempre cobertos pela água dentro da panela.
  • Sempre com a chama baixa, deixe a sopa ferver em panela destampada por no mínimo 40 minutos, para integrar bem os ingredientes.
  • Tempere com sal e pimenta só ao final, nos últimos cinco minutos de cozimento.
  • Também neste momento acrescente a couve cortadinha, para que não amarele.
  • Divida em uma ou duas sopeiras e leve à mesa bem quente.
Dica 1: as pedras não podem ser muito pequenas, para não correr o risco de irem à boca numa colherada e quebrar um dente.

Dica 2: como chef e maestrina, você regula as quantidades, se achar o resultado na panela pouco, lance mão de suas reservas, mesmo que não tenham sido trazidas pelos convidados: batatas, cebolas, tomates são ótimos para isso. Se já não tiver massinha na panela, até arroz cozido dá conta do recado. Para engrossar, vale miolo de pão dormido esfarelado no caldo.

Dica 3: deixe sua mesa preparada com os pães, o queijo ralado, os temperos (pimentas, sal, aneto ou outra erva) e um bom azeite, que cada um serve a gosto, sobre o prato de sopa.

Dica 4: quem achar uma pedra no prato a leva para a próxima sopa; quem não achar nenhuma pesca uma na panela ou da sopeira ao final da refeição, já que por serem pesadas elas tendem a ficar no fundo.
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quinta-feira, 8 de julho de 2010

Dia 099: Sopa Verde com Quinua

Ainda estamos descobrindo os múltiplos usos da quinua, o fruto da palmeira utilizada pelos incas, cuja história apresentei na sopa do dia 054 neste espaço. Já tentei usar como uma espécie de arroz, acompanhando a refeição, ou substituindo o trigo no tabule. Fica bem gostoso.

O que mais me agrada é da textura do grãozinho sob os dentes, quando a quinua é colocada na sopa. Por isso, vai uma segunda experiência de sopa com quinua. Desta vez, nós tínhamos um pouco de brócolis em casa e um caldo de galinha (feito em casa) congelado. Só. O caldo de galinha tinha sido feito com asas de frango, cebola, alho, louro, cenoura e tomate. Uma hora e meia cozinhando em fogo baixo, depois de pronto tirei os legumes e congelei em porções.

Por cima da sopa, um fio do indispensável azeite. Tenho gostado muito dos azeites gregos que compro tanto no Zona Sul como na Farinha Pura, ambos aqui em Botafogo/Humaitá.


Receita de Sopa Verde com Quinua

Ingredientes (para 2 pessoas):
  • 1/2 litro de caldo de galinha (de preferência feito em casa);
  • metade de um brócolis americano;
  • 1 cebola;
  • 1 dente de alho;
  • dois punhados de quinua;
  • 1 colher (de chá) de sal;
  • azeite extra-virgem.

Modo de fazer:

  • enquanto descongela o caldo de galinha numa panela em fogo baixo, vá preparando os vegetais: descasque e pique a cebola bem miudinha; descasque e pique ou esprema o alho; desfaça os buquês do brócolis, corte com a faca bem miudinho, batendo sobre uma tábua (inclusive os talos mais tenros);
  • numa panela funda, aqueça duas colheres de sopa de azeite e refogue aí a cebola e o alho;
  • acrescente a batata e o brócolis, mexa um pouco e cubra com o caldo de galinha;
  • deixe levantar fervura e abaixe a chama;
  • acrescente a quinua e o sal;
  • deixe cozinhar por meia hora, verificando o nível de caldo e acrescentando mais se a sopa estiver muito seca (a quinua absorve muito líquido em seu cozimento). Caso você não tenha mais caldo de galinha, complete com água quente, se necessário;
  • sirva bem quente, com um fio de azeite por cima da sopa.

Dica 1: Se você gostar, pode adicionar à sopa uma cenoura cortada bem miudinha.

Dica 2: Se você não tiver caldo de galinha feito em casa, substitua por tabletes. Eu gosto muito do Vitale, porque é menos salgado, mais leve (pelo menos dá a sensação no paladar).

Dica 3: Se você gosta de sopa líquida, pode bater grosseiramente os legumes cozidos no caldo, com um mixer de mão ou no liquidificador, antes de acrescentar a quinua.

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quarta-feira, 7 de julho de 2010

Dia 098: Sopa de Abóbora com Bacon

Uma fatia de bacon pode não ser o alimento mais saudável, mas também não pode matar ninguém... Que o digam os esquimós do norte do Canadá, que comem gordura de foca para sobreviver no inverno.

Com este pensamento, justificamos a escolha da mistura de abóbora com bacon nesta sopa. É mais uma variação para o nosso amado vegetal, aproveitando a deliciosa consistência que ele tem nos meses de inverno no Brasil. Esta receita foi inspirada no livro Bar à Soup (versão inglesa), de Anne-Catherine Bley. Digo sempre inspirada porque quem gosta de cozinha bem me entende: sempre faço minhas adaptações de quantidade e ingredientes.

É o meu próprio caldeirão... com minha própria colher de pau... e gosto muito de brincar de feiticeira, fazendo as misturas químicas com a chama do fogão. Ainda bem que tenho minhas cobaias prediletas: Jorge Aldrovandi, Elisa Christophe, Celeste Alencar e, ultimamente, minha xará Micheline Molossi.

Receita de Sopa de Abóbora com Bacon

Ingredientes (para 4 pessoas):

  • 1 kg de abóbora com a casca;
  • 4 fatias de bacon (1 para cada pessoa);
  • 2 cebolas médias;
  • 1 litro de água;
  • 2 colheres (de sopa) de creme de leite;
  • 1 colher (de chá) de sal;
  • 2 colheres (de sopa) de azeite;
  • pimenta a gosto;
  • noz moscada ralada na hora.

Modo de fazer:

  • Lave bem a casca da abóbora com uma escovinha;
  • Tire as sementes da abóbora, corte-a em pedaços com a casca, para que possa cozinhar;
  • Pique as cebolas;
  • Aqueça o azeite numa panela funda e refogue as cebolas até alourarem;
  • Acrescente a abóbora, junte a água e deixe levantar fervura;
  • Abaixe então a chama, tempere com sal e deixe cozinhar por cerca de 20 minutos, ou até que a abóbora esteja macia;
  • Enquanto isso, corte cada fatia de bacon em 3 pedaços, e frite-os numa frigideira, até ficarem bem crocantes (se precisar, vá retirando a gordura com uma concha). Escorra em papel-toalha;
  • Quando a abóbora estiver cozida, bata a sopa no liquidificador ou com um mixer de mão;
  • Acrescente o creme de leite e a pimenta, salpique um pouco de noz moscada;
  • Sirva imediatamente, bem quente;
  • Em cada prato, rale mais um pouco de noz moscada e coloque por cima alguns pedaços de bacon.

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terça-feira, 6 de julho de 2010

Dia 097: Sopa de Repolho com Feijão Manteiga

Nos dias mais frios, parece que a fome fica mais intensa... imagino que seja uma reação natural do organismo que procura ingerir calorias. Então, sopinhas, só se forem acompanhadas de pão, ou se forem feitas com ingredientes mastigáveis, para dar..."sustância"!

Numa noite fria, juntamos repolho, alho-porró, cebolas, linguiça e feijão! Durante um tempo chamei esta sopa de "vitaminada".

No dia seguinte ela ficou ainda melhor e mereceu um naquinho de queijo (nós sempre temos na geladeira gorgonzola, mas vale um bom parmeggiano, ralado no ralo grosso)!


Receita de Sopa de Repolho com Feijão Manteiga

Ingredientes (para 4 pessoas):
  • 1 aipo cortado em rodelas finas;
  • 1 pedaço de repolho cortado em tirinhas (Mais ou menos 1/4 de repolho);
  • 1 cebola cortada em tirinhas;
  • 1 dente de alho;
  • 1 linguiça cortada em rodelas;
  • 2 punhados de feijão manteiga ou branco;
  • 1 litro de água;
  • 1 colher (de chá) de sal;
  • pimenta moída na hora.

Modo de fazer:

  • Cate e lave o feijão;
  • Aqueça uma panela funda e frite a linguiça em sua própria gordura, para drenar o excesso;
  • Tire com uma concha um pouco da gordura e descarte;
  • Refogue com a linguiça e a gordura que ficou as cebolas e o alho;
  • Quando a cebola tiver alourado, junte o feijão, cubra com água e deixe levantar fervura;
  • Abaixe a chama, tampe a panela e deixe cozinhar por meia hora ou até que o feijão esteja macio;
  • Prove o feijão com um garfo, se estiver macio, acrescente o alho porró e o repolho, tempere com sal e pimenta e deixe cozinhar por mais dez minutos;
  • Sirva em seguida, acompanhado de pão e azeite.

Dica 1: Se você tiver se planejado para fazer esta sopa, deixe o feijão de molho por cerca de 3 horas.

Dica 2: Na hora de servir, regue cada prato com um fio de azeite extra virgem.

Dica 3: Deixe sempre uma chaleira com água quente numa das bocas do fogão, para ajustar a espessura da sopa. Ela não pode ficar aguada, mas também, não se deve deixar secar a água demais. E como o feijão absorve muita água, é melhor ficar de olho.

Dica 4: Nós gostamos muito de alho porró e sempre temos em casa, mas esta sopa pode muito bem ser feita somente com repolho, cebola e feijão.

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segunda-feira, 5 de julho de 2010

Dia 096: Sopa Quente-Fria de Ervilhas Frescas

Todo domingo José Hugo Celidônio publica no jornal O Globo receitas deliciosas e fáceis de fazer. De vez em quando, ele ensina a fazer sopas simples e criativas que experimentamos. Algumas já publicamos neste espaço, sempre dando-lhe os justos créditos!

Esta de ervilhas frescas, servidas em duas temperaturas contrastantes, uma parte quente e uma parte gelada, saiu em pleno verão e é bem refrescante. Claro que adaptei o jeito de fazer, alterando um pouquinho as medidas e ingredientes (suprimi por exemplo o azeite: gordura demais...). É surpreendente a sensação na boca. Ficou muito boa! Dá para repetir.

Receita de Sopa Quente-Fria de Ervilhas Frescas

Ingredientes (4 a 6 pessoas):
  • 1 pacote de ervilhas congeladas (Bonduel) ou 1 kg de ervilhas frescas às quais se tira a casca (guarde para outros uso);
  • 1 cebola pequena picada grosseiramente;
  • 1 fatia de bacon;
  • 1/2 litro de caldo de galinha (de preferência feito em casa, mas na pressa valem os cubinhos);
  • 2 colheres (de chá), rasinhas, de açúcar;
  • 2 colheres (de sopa) de creme de leite;
  • 1 colher (de chá) de sal;
  • pimenta do reino moída na hora.
Modo de fazer:
  • Numa panela funda, refogue a fatia de bacon inteira, para deixar derreter a gordura;
  • Acrescente a cebola e quando alourar, junte as ervilhas mexendo bem por um ou dois minutinhos;
  • Acrescente o caldo de galinha e o açúcar;
  • Deixe levantar fervura, abaixe a chama e deixe cozinhar por cerca de 10 minutos em panela destampada;
  • Retire o bacon, tempere com sal;
  • Bata no liquidificador ou com um mixer de mão;
  • Acrescente o creme de leite, sempre batendo e corrija o sal (ela fica bem cremosa);
  • Leve a sopa à geladeira até a hora de servir (faça-a com pelo menos duas horas de antecedência, para dar tempo de gelar);
  • Na hora de servir, coloque metade da sopa numa panela e esquente bem;
  • Distribua a metade gelada em tigelas ou taças, depois complete por cima com a sopa quente, colocando com cuidado para não misturar;
  • Moa um pouco de pimenta e sirva em seguida.
Dica 1: é muito interessante o choque de temperaturas na boca, mas esta sopa pode ser igualmente saboreada toda fria ou toda quente.

Dica 2: a panela fica destampada para cozinhar ou esquentar, para não amarelar a ervilha (dica de minha avó palestina, Jeannette Lorenzo, há muitíssimos anos).

Dica 3:
fica ótima acompanhada de croutons, passados na manteiga de alho (esprema alho, refogue na manteiga, quando ele estiver dourado jogue dentro da frigideira os croutons e mexa bem).
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