domingo, 22 de março de 2009

Dia 069: Sopa de Cará

Adoro raízes e tubérculos... fico me imaginando como uma mulher das cavernas, desenterrando plantas para alimentar sua família... E nosso país é muito bem servido de opções neste campo, graças às experimentações dos nativos, indígenas, e imagino também da experiência dos africanos que aqui aportaram.

Vivo pesquisando novas formas de servir aipim, batata, inhame, alho-porró, beterraba... e cará!
Ainda bem que Jorge topa todas! Meus filhos... nem tanto...

Dizem que o cará ou acará é de origem africana e foi introduzido no Brasil pelos escravos. Mas também ele aparece nos escritos do Padre José de Anchieta, que disse que ele completava a roça dos indígenas. Não vejo porque serem versões excludentes. Afinal... África e Brasil já fizeram parte do mesmo continente.

Esta foi saboreada ao som de Paulo Moura, de quem ouvimos Rapsody in Blue, Agua de Beber, Falando de amo. Uma das mais lindas é Melodia sobre o Preludio Nro 1 (Heitor Villa-Lobos / Claudio Pascale), que ele interpreta com o craque Turíbio Santos.



Sopa de Cará

Ingredientes (para 2 pessoas):
  • 1 raiz de cará média (mais ou menos 300 kg)
  • 1 cebola média
  • 2 dentes de alho
  • 2 ovos
  • 1 colher (de sopa) de azeite
  • 1 litro de água
  • 1 colher (de chá) de sal
  • pimenta do reino moída na hora
Modo de Fazer:
  • Descasque o cará e pique em cubos pequenos;
  • Descasque e pique a cebola e os dentes de alho;
  • Numa panela funda, aqueça o azeite, refogue o alho, a cebola e o cará juntos, para tomar gosto;
  • Acrescente a água (suficiente para cobrir os ingredientes), o sal e a pimenta;
  • Deixe cozinhar até o cará ficar macio (cerca de 20 minutos);
  • Apague o fogo e quebre os ovos, misturando com uma colher de pau para coagularem.
  • Sirva imediatamente, bem quente.

Dia 068: Sopa Expressa de Beterraba e Curry

Domingo à noite é sempre hora de preparar uma sopinha bem rápida, simples e saborosa, que eu digo que alimenta a alma e por isso dá muito conforto.

Num domingo desses, eu tinha duas beterrabas na gaveta de legumes da geladeira, um pouquinho de cebolinha e mais nada. Além de meus temperinhos, é claro!

E assim, nasceu a Sopa Expressa, ao som inspirador do tango moderno de Bajofondo no disco chamado Mar Dulce. Jorge gosta muito de reler e cantarolar a letra da música El Mareo:

Avanzo y escribo
decido el camino
las ganas que quedan se marchan
con vos

Se apaga el deseo
ya no me entrevero
y hablar eso
que se me iba
mejor

Con los ojos no te veo
se que se me viene el mareo
y es entonces
cuando quiero
salir a caminar

Con los ojos no te veo
se que se me viene el mareo
y es entonces
cuando quiero
salir a caminar

El agua me ciega
hay vidrio en la arena
ya no me da pena
dejarte que un adiós

Así son las cosas
amargas borrosas
son fotos veladas
de un tiempo mejor

Con los ojos no te veo
se que se me viene el mareo
y es entonces
cuando quiero
salir a caminar

Con los ojos no te veo
se que se me viene el mareo
y es entonces
cuando quiero
salir a caminar

El aire me ciega
hay vidrio en la arena
ya no me da pena
dejarte un adiós

Así
son las cosas
amargas borrosas
son fotos veladas
de un tiempo mejor

Con los ojos no te veo
se que se me viene el mareo
y es entonces
cuando quiero
salir a caminar

Con los ojos no te veo
se que se me viene el mareo
y es entonces
cuando quiero
salir a caminar.

Sopa Expressa de Beterraba e Curry

Ingredientes (para 2 pessoas):
  • 2 beterrabas médias sem os talos
  • 600 ml de água
  • 1/2 colher (de chá) de sal
  • 1 colher (de café) de açúcar
  • 1 colher (de sopa) de creme de leite
  • pimenta do reino moída
  • 1 colher (de chá) de curry
  • 1 talo de cebolinha (incluindo a parte verde)
Modo de Fazer:
  • Lave bem as beterrabas, utilizando uma escovinha e sabão ou detergente (enxágue muito bem, porque são utilizadas com a própria casca);
  • Corte-as em pedaços toscos, para acelerar o cozimento;
  • Leve-as ao fogo com a água, o sal e o açúcar;
  • Quando levantar fervura, abaixe o fogo e cozinhe por cerca de 30 minutos (ou até que as beterrabas estejam macias);
  • Apague a chama e deixe esfriar um pouco, para liquefazer a sopa, utilizando um mixer de mergulhar ou um liquidificador;
  • Volte com a sopa para o fogo, acrescente o curry, um pouco de pimenta e o creme de leite, mexa um pouco para aquecer, sem deixar ferver;
  • Sirva salpicado de cebolinha verde picada
Dica 1: Leve à mesa em potinhos separados sal, pimenta e curry, para que cada um corrija seu próprio tempero.
Dica 2: Quando comprar seu curry, prefira os vendidos em lojas de produtos naturais ou armazéns orientais. Aqui no Rio eu compro na Cobal do Humaitá, na loja Louro Verde, mas já comprei nas Casas Pedro. Ambos são excelentes.
---------------------------------------------------------------------------

sábado, 21 de março de 2009

Dia 067: Sopa de Acelga

Eu nem sabia que a acelga é originária da Europa e é cultivada há mais de 2.000 anos. Só gosto mesmo é da textura, do croc-croc nas saladas e do sabor levemente amargo ao ser refogada. Nos mercados ela passou a ser conhecida como acelga japonesa, couve chinesa, mas em minha memória de menina carioca, nas feiras era chamada só de acelga.

Como em geral ela é enorme, a gente passa a semana comendo acelga: salada, refogada, bolinho... Até que... por que não? Testamos uma sopa. Que foi aprovada!


Sopa de Acelga

Ingredientes (para 4 pessoas):

  • 1 acelga pequena (ou escolha umas 6 a 7 folhas de sua acelga se ela for grande);
  • 1 colher (de sopa) de farinha de trigo;
  • 1 cebola média
  • 2 colheres (sopa) de manteiga;
  • 1 litro de caldo de legumes (feito com dois tabletes de caldo concentrado) ou água;
  • 1/2 xícara (de chá) de leite;
  • 1 colher (de chá) de sal;
  • noz-moscada ralada;
  • 1 gema.
Modo de fazer:
  • Lave bem a acelga e corte-as em tiras finas (faça uns rolinhos da folha e corte como se fosse couve à miniera, mas mais grosso);
  • Derreta a manteiga numa panela funda, refogue a cebola e quando ela estiver alourada, junte a acelga, refogando por mais alguns minutos, mexendo de vez em quando;
  • Polvilhe com a farinha de trigo, mexa bem e acrescente o caldo de legumes (ou a água);
  • Quando levantar fervura, abaixe a chama e cozinhe por mais 10 minutos, em panela destampada, para não amarelar a acelga.
  • Tempere com o sal e a noz-moscada;
  • Apague a chama;
  • Dissolva a gema no leite, e acrescente esta mistura à sopa;
  • Acenda novamente a chama, bem baixa, e misture bem a sopa, sem deixá-la ferver para não coagular o ovo.
  • Sirva bem quente, com pão, e se gostar, com queijo ralado.
------------------------------------------------------------------

Dia 066: Sopa Rapidinha de Bifun com Cenoura e Cebolinha

Acho que a comida de que minha filha Elisa mais gosta é a japonesa. Ela sempre diz que poderia comer todo dia sem cansar. O bom é que de vez em quando ela põe a mão na massa e assume o fogão. E nós adoramos pois ela é uma cozinheira de mão cheia. Seus brownies não podem faltar nas festas de família e amigos, seus fish cakes são deliciosos... bolo ela faz no olho e nunca erra!

Então, quando sentamos à mesa, é sempre com expectativa do que sai das mãos mágicas de Elisa. Desta vez, saiu uma sopa de bifun (a massa de arroz, fininha) com misso, (a pasta de soja) cenoura e cebolinha!

Sopa Rapidinha de Bifun com Cenoura e Cebolinha

Ingredientes (para 4 pessoas):
  • 1 litro de água
  • 1 cenoura ralada em titinhas
  • 2 talos de cebolinha picados (inclusive a parte verde)
  • 1 envelope de Hondashi
  • 1 colher (de sopa) de pasta de missô
  • bifun (100 g)
Modo de Fazer:
Coloque a água em uma panela funda, junto com o hondashi e o missô;
Mexa bem e vá desfazendo o missô com a colher, enquanto a água esquenta até o ponto de ebulição;
Quando ferver, acrescente a cenoura ralada e o bifun, abaixe o fogo e deixe cozinhar por uns 10 minutos;
Sirva com a cebolinha à parte, para salpicar sobre cada tijela.

Dica: se tiver tofu, pode cortar em quadradinhos e acrescentar à sopa junto com a cenoura e o bifun.
------------------------------------------------------------------

Dia 065: Sopa de Tomates e Arroz, com Parmigiano Reggiano

Tomates são nossa paixão. Queijos também. E a Itália... a Itália é nosso sonho. Eu sou neta postiça de calabrês (meu Nono, padrasto de mamãe, veio de Catanzaro, eram os Concolino) e Jorge é bisneto de um italiano do norte (a família Aldrovandi de Pegognaga, província de Mantova). Portanto, sabores, cores e sons desta linda terra nos emocionam.

Esta sopa de tomates (il pomodoro) quem escolheu e fez foi Jorge., acho que inspirado numa receita do Zé Hugo Celidônio. Eu servi de coadjuvante. Ela foi saboreada ao som de Bobbi Solo, em "Se piangi, se ridi", cuja letra até hoje sei de cor.


Sopa de Tomates e Arroz com Parmegiano Reggiano

Ingredientes (para 4 pessoas):
  • 4 colheres (de sopa) de queijo Parmeggiano Regiano ralado no ralo grosso
  • 2 colheres (de sopa) de farinha de trigo
  • 3 colheres (de sopa) de manteiga
  • ½ xícara de arroz
  • ½ quilo de tomates
  • 1 cebola média
  • 1 colher (de chá) de sal
  • pimenta do reino moída na hora
  • 1 litro e meio de água
Modo de fazer:
  • Numa panela funda, derreta a manteiga, junte a cebola cortada em rodelas.
  • Quando a cebola alourar, acrescente os tomates picados e refogue por 5 minutos, mexendo sempre.
  • Espalhe por cima a farinha de trigo, junte 1 litro e meio de água fria, tempere com sal e pimenta.
  • Quando levantar fervura, adicione o arroz, já previament lavado, e deixe cozinhar por 30 minutos, com a panela semi-destampada.
  • Observe a água e se ficar muito espessa, acrescente água fervente aos poucos, até o pontod e sua preferência.
  • Na mesa, sirve com o parmeson ralado à parte, para cada um acrescentar o que quiser.
Dica: Um pão rústico via muito bem, com esta sopa.
----------------------------------------------------------------

Dia 064: Sopa Fim de Feira: alho-porró, com chuchu e ovo pochê

Ficamos com saudades de nossas sopas: entre tradução (minha), seminários e clientes (Jorge) e dissertação de mestrado (minha), acabamos dedicando pouco tempo à magia da experimentação na cozinha... Minhas varinhas de condão... ops... colheres de pau... e meu caldeirão... minha bela e rústica panela de barro... ficam só lá esperando por mim, e eu olhando para elas, dizendo amanhã, amanhã...

Bem, de vez em quando nestes últimos três meses não resistimos... afinal, a sopa que entra no corpo é sempre muito mais que um sabor... é um carinho.

Abrindo a geladeira, tínhamos um belo alho-porró, um chuchu, alguns ovos e cebolas na gamela antiga. Bem fim de feira mesmo....

O resultado foi uma sopa bem leve e muito saborosa. E ao som de Dizzie Gillepsie, ficou melhor ainda!



Sopa Fim de Feira: alho-porró com chuchu e ovo pochê


Ingredientes (para quatro):
  • 1 alho porró
  • 1 chuchu
  • 1 cebola média
  • 1 dente de alho
  • 2 colheres de sopa de manteiga
  • 1 colher de chá de sal
  • pimenta do reino moída na hora
  • 1 litro de água
  • 1 ovo (para cada pessoa)
  • 1 pimenta dedo de moça em conserva, sem as sementes (opcional)
  • croutons ou torradinhas (opcional)
Modo de fazer:
  • Lave muito bem o alho porró, cortando-o ao meio no snetido do comprimento, para tirar toda a terra, em seguida corte-o em rodelas bem finas;
  • Descasque e pique o chuchu e a cebola;
  • Descasque e pique o dente de alho;
  • Numa panela funda, derreta a manteiga, refogue a cebola e o alho até alourar;
  • Acrescente o alho porró e o chuchu e refogue mais alguns minutos;
  • Cubra com água, deixe levantar fervura e abaixe o fogo;
  • Acrescente o sal e a pimenta do reino;
  • Quebre um ovo para cada pessoa com cuidado para não romper a gema;
  • Deixe cozinhar por cerca de 20 minutos, até o chuchu ficar macio e o ovo cozinhar;
  • Leve à mesa acompanhado de croutons e de pimenta dedo de moça em recipientes separados para cada um acrescentar se quiser;
  • No prato ou tijela de cada pessoa, coloque cuidadosamente um ovo e sirva a sopa por cima.
-----------------------------------------------------------------------